3. Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e, se a sua alma se não fartar do bem, e, além disso, não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele;
4. Porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome;
5. E ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal.
6. E, certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar?
7. Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça.
8. Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? e que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos?
9. Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça: também isto é vaidade, e aflição de espírito.
10. Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem, e que não pode contender com o que é mais forte do que ele.
11. Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor?
12. Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? porque, quem declarará ao homem o que será depois dele, debaixo do sol?